

Jornalismo e ABI
Jornalista bissexto, Jesus Chediak passou uma boa parte de sua vida na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), seja como diretor de cultura ou exercendo outras funções. A ABI foi, para ele, uma casa muito amada. Lá, ele criou e manteve importantes relações profissionais e afetivas.


Reportagem para o Pasquim 21
No início dos anos 2000, Jesus Chediak colaborou para o jornal O Pasquim 21, projeto de Ziraldo que visava reviver o velho Pasquim. Na imagem, Jesus aparece em meio à equipe de uma matéria pautada por ele, no sítio do teólogo Leonardo Boff, em Petrópolis (RJ). Da esquerda para a direita: Ziraldo, Leonardo Boff, Jesus Chediak,, Antonio Carlos, Chico Simeão e Luiz Gonzaga. Foto: Fred Rozário.
Associação Brasileira de Imprensa - ABI


Bonitinha, mas ordinária
Assim como sempre foi casa importante para o cinema, a ABI também sempre foi palco para espetáculos teatrais. Em 2015, sob a batuta do então diretor de cultura Jesus Chediak, o clássico da dramaturgia brasileira "Bonitinha, mas ordinária", de autoria de Nelson Rodrigues e dirigido por Ana Zettel, reiniciou as atividades do Teatro da ABI. A peça foi oferecida ao público de forma gratuita bem ao gosto de Jesus.
Com Luiz Carlos Barreto
A ABI sempre foi uma casa importante para o cinema brasileiro e Jesus Chediak, enquanto diretor de cultura, trabalhou para honrar essa história. Na imagem, ele aparece ao lado do cineasta Luiz Carlos Barreto, em dia de homenagem a Fábio Barreto, filho de Barretão que na época estava em coma. No canto direito da foto, também vemos o cineasta Noilton Nunes.

Declama na ABI
E, com o apoio de Jesus Chediak, a poesia também fez morada na ABI. O projeto Declama na ABI levou para o 11º andar da sede da entidade animados saraus, coordenados pelo jornalista Carlos Rocha, os quais resultaram em algumas antologias publicadas em livros. A antologia de 2020 seria prefaciada por Jesus, mas ele nos deixou antes e é homenageado no livro.


Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
A ABI também sempre foi uma casa de diversidade. Em 2015, sob a batuta do então diretor de cultura Jesus Chediak, a Casa sediou um evento para celebrar a importância de convivência entre as religiões. Nas imagens, aparecem: o então presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio (FIERJ) Paulo Maltz; a vice-presidente do Movimento Umbanda do Amanhã (Muda) Marilena Mattos; a pastora luterana Lusmarina Campos Garcia, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs; o diácono Nelson Augusto Aguiar, da CNBB; o babalorixá Ivanir dos Santos; o xeique Mohamad Al Bukai; o diretor cultural da ABI Jesus Chediak; o desembargador Siro Darlan; o pastor evangélico Ayo Balogun e Marquinhos de Oswaldo Cruz. Fotos: Edmilson Silva.
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Reunião com políticos e jornalistas
Na ABI, Jesus exerceu muitas funções, sendo a de diretor cultural a mais longeva, por 14 anos. Durante este período, participou de incontáveis reuniões como a da foto, na qual aparecem os senadores Pedro Simon e Randolfe Rodrigues, o advogado Marcelo Cerqueira, os jornalistas Tarcísio Holanda, Mário Augusto Jakobskind, Villas Boas Correa, Pery Cotta e Maurício Azedo, além de Marcelo Pinheiro,. Atrás: Marcus Miranda, Antonio Carlos Athayde, Nacif Elias, Jose Pereirinha, Pinheiro Jr., Sergio Caldieri, Chico de Paula Freitas e Maria Inês Estrada Duque Estrada.
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Eleições internas em 2019
A última eleição da qual Jesus participou na ABI foi em 2019, quando se reelegeu diretor de cultura. A foto da reunião no auditório foi tirada por Wilson Alves Cordeiro.


Último discurso de Jesus Chediak na ABI
Último discurso de Jesus Chediak na ABI – 12 de fevereiro de 2020
No tempo do Dr. Barbosa, hoje, isso aqui tinha no mínimo 100 pessoas. No mínimo 100 pessoas! Eram pessoas que frequentavam isso aqui, artistas, etc e tal, e muitos jornalistas.
E tinha a sinuca... Eu, como jogava bem sinuca, eu sempre joguei bem sinuca, eu ganhava mais dinheiro na sinuca do que com o meu salário. Aqui tinha um jogo de vida, que eram três vidas pra cada um... Eu jogava sempre duas, porque se eu jogasse outra sempre ganhava. Eu sei que era um ambiente fraterno, muitos jornalistas...
Tinha todos os jornais aqui. Todos, sem exceção. Não só do Rio como de outros estados. Ficavam ali, olha lá... Bonitinhos... Tinha um café toda tarde. Toda tarde serviam café, era uma conversa animada. Agora, por exemplo, na diretoria passada, da qual eu fiz parte... Eu sou diretor do setor cultural aqui desde 2006. Eu vim para cá no tempo do Maurício Azedo. Acabamos nos desentendendo, mas isso faz parte do enxoval.
O que ocorre é o seguinte: aqui é um ponto de encontro, um ponto de confraternização. E foi isso que se fazia antes. (depois, nos anos mais recentes) chegou a um momento em que não se acendia luz. Começou um processo de imobilismo, de encolhimento. A ABI vive, realmente, problemas financeiros sérios que têm que ser tratados. Eu estou aqui pedindo licença para fazer uma pequena abertura para colocá-los no contexto. E dizer da importância do que está acontecendo aqui hoje. Uma importância dupla.
A importância número 1 é que nesse momento que nós vivemos é fundamental se discutir cada vez mais essa questão... do que o país vive nesse momento. Nós sentimos que o país vive... As pessoas hoje assumem um poder sem limites. O poder sem limites é o poder do fascismo, que ultrapassa todos os direitos humanos, todos os direitos individuais. É o peso do Estado nas costas da nação.
Não vou ficar repetindo coisas de triste memória, como o holocausto, coisas que nós sabemos. Agora, não nos esqueçamos do seguinte... Ontem, inclusive, eu fiz um artigo publicado na página de opinião do Globo, onde coloco o seguinte: um cabo austríaco, com um bando de pessoas incultas, conseguiu tomar o poder e fazer os crimes hediondos que ele cometeu na Alemanha, um país que tem uma dimensão cultural muito acima da nossa, em termos históricos, pois somos um país jovem.
Então, é muito importante isso que está acontecendo aqui hoje. Eu quero agradecer, mais uma vez a Helena, porque isso foi ideia e produção da Helena. Eu estou aqui só para fazer as honras da casa. E é isso. Muito obrigada. Muito bom ter vocês aqui.